Exercícios ajudam na prevenção e reduzem sintomas da doença caracterizada por dores generalizadas e que atinge mais as mulheres.
A fibromialgia causa dores pelo corpo todo e aumenta a sensibilidade dos
portadores de tal maneira que, por vezes, um carinho pode doer.
A doença apresenta sintomas como fadiga e sono não reparador, além de
depressão e ansiedade. Não se sabe por que, a fibromialgia atinge mais o
sexo feminino – são nove mulheres com a doença para cada homem diag-
nosticado.
Mas uma certeza os especialistas já têm. Se existe uma arma contra a enfer-
midade ela se chama atividade física.
“Sedentarismo é um fator de risco para a fibromialgia. Portanto, podemos dizer
que exercício praticado com regularidade é uma forma de prevenção”, diz o reu-
matologista Eduardo Paiva, chefe do Ambulatório de Fibromialgia do Hospital
das Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Da mesma maneira, a atividade física entra como prescrição no tratamento da
dor. Entre as recomendações estão exercícios aeróbicos – como caminhada e
corrida – e alongamento.
“É claro que para quem não faz nada, esse programa deve entrar de forma gra-
dual na rotina. O paciente ganha qualidade de vida com isso”, garante o espe-
cialista.
O problema é que a doença ainda é muito desconhecida e tem um diagnóstico
confuso. Segundo a recente pesquisa “Fibromialgia: além da dor”, encomenda-
da pela Pfizer e realizada pelo Instituto Harris Interactive, envolvendo 904 partici-
pantes (604 médicos e 300 pacientes) do Brasil, do México e da Venezuela, as
pessoas levam mais de dois anos para procurar ajuda especializada e quase
cinco anos para ter a enfermidade identificada corretamente.
O estudo apontou também que, ao sentirem dor, os entrevistados esperaram mais
de quatro semanas para procurar a primeira ajuda. Entre os motivos, 77% disse-
ram pensar que os sintomas desapareceriam sozinhos; 75% imaginavam ser ca-
pazes de controlá-los; 65% não sabiam que se tratava de uma doença que exige
cuidados médicos; 63% não sabiam como descrever os sintomas ao médico; e
29% temiam que o médico não os levasse a sério.
Trata se de uma doença crônica e difusa e esse sintoma deve ser valorizado.
“Caso tenha uma dor que não passa durante três meses, procure um médico”,
orienta Paiva. O reumatologista alerta, inclusive, para a dor que aparece na re-
gião do trapézio (pescoço e ombros). “As pessoas costumam achar que é só
estresse e não dão importância”. Outras dores relatadas pelos pacientes são
cefaleias, dores faciais, articulares, câimbras nas pernas e lombalgia.
Na pesquisa, os médicos reconhecem a dificuldade em diagnosticar a doença
(46% de clínicos gerais e 47% de especialistas) e em diferenciar seus sintomas
de outras doenças (66% clínicos gerais e 68% especialistas). “Os critérios de
diagnóstico da fibromialgia foram criados na década de 1990, o que é relativa-
mente recente para a medicina”, explica Paiva.
“Talvez por isso ainda haja certa dificuldade em diagnosticar a enfermidade”.
Geralmente o ortopedista é o primeiro especialista a receber o paciente fibro-
miálgico. Porém, o mais indicado para conduzir o tratamento é o reumatologista.
Além da indicação da atividade física e da melhora da qualidade de vida de forma
geral, o médico pode ainda prescrever medicamentos para o alívio da dor.
Apesar de não se conhecer exatamente as causas da fibromialgia, estudos apon-
tam para um aumento dos impulsos dolorosos transmitidos pelo sistema nervoso
central, o que acaba tornando a dor crônica. Por isso, o tratamento da doença de-
ve envolver medicamentos que atuem no sistema nervoso, diminuindo o excesso
de mensagens de dor transmitidas dos nervos doentes para o cérebro.
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